Doenças


O Aedes aegypti é o transmissor de duas doenças causadas pelo vírus conhecido como “Arbovírus”: dengue e febre amarela.

Dengue

Trata-se da doença humana mais prevalente causada por arbovírus, e é encontrada em regiões tropicais e subtropicais de grande parte do mundo. Felizmente, não está associada a uma taxa de mortalidade significativa. As manifestações clínicas consistem em início súbito de febre, cefaleia (dor de cabeça), dor nos globos oculares e dor lombar, frequentemente seguida de erupção cutânea generalizada. O período de incubação pode atingir 7 dias.
Existem quatro sorotipos do vírus da dengue, podendo-se verificar a presença de qualquer combinação desses sorotipos em determinada população. Apesar de a infecção pelo vírus do dengue resultar em imunidade protetora contra o sorotipo infectante, existe uma reatividade cruzada apenas parcial com outros sorotipos. Com efeito, os anticorpos produzidos contra determinado sorotipo podem não apenas falhar na neutralização de outro sorotipo viral como podem também intensificar a infecção ao proporcionarem um meio eficiente de captação do vírus por células fagocíticas permissivas (isto é, através de opsonização). Esta é a situação denominada intensificação imune. Na intensificação imune, o anticorpo não neutralizante liga-se a um vírus e forma um imunocomplexo infeccioso que penetra facilmente em macrófagos. O resultado da intensificação imune é o aumento da carga viral. Nos estágios iniciais da doença pode ocorrer a intensificação com complicações hemorrágicas, dengue hemorrágica. Indivíduos com imunidade parcial devido a infecção anterior pelo vírus do dengue ou os recém-nascidos com anticorpos maternos correm risco de apresentar essas complicações graves.
O controle da doença é obtido através do controle do vetor, o mosquito Aedes aegypti, pois ainda não há uma vacina específica.

Manchas pelo corpo: um dos sintomas da dengue

Febre Amarela

A doença por arbovírus de maior importância histórica é a febre amarela. Causou epidemias alarmantes e extensas na África e nas Américas. A despeito da presença de vetores e hospedeiros apropriados, a febre amarela nunca se instalou na Ásia. No Brasil, não ocorre transmissão da febre amarela em cidades desde 1942, mas a possibilidade da transmissão em áreas urbanas existe desde a reintrodução do Aedes aegypti no país.
A febre amarela continua sendo uma doença grave em grande parte da África Ocidental e nas Américas, onde o mosquito vetor ainda não foi erradicado. Os macacos permanecem assintomáticos após a infecção, por isso constituem reservatórios do vírus em muitos países, inclusive o Brasil.
Os sintomas da febra amarela nos seres humanos variam desde a sua ausência até vários deles, incluindo febre alta, calafrios, cefaleia, mialgia e vômitos. A doença é fatal em 50% dos casos. Em alguns pacientes, a melhora dos sintomas é acompanhada de icterícia, complicações hemorrágicas e insuficiência renal.
O controle da doença é obtido através de vacinas e controle do vetor, o mosquito Aedes aegypti.


Um pouco sobre o causador das doenças: o Arbovírus

Os arbovírus formam um grande grupo de vírus que compartilham duas características: a sua transmissão por vetores artrópodes e o seu genoma RNA. Mais de 100 membros diferentes infectam os seres humanos. Muitos desses vírus provocam encefalite, enquanto outros produzem febre amarela ou dengue – doenças caracterizadas por hemorragias internas, dores articular e muscular intensa e erupções cutâneas. Com frequência, os arbovírus recebem a sua denominação de acordo com a doença ou o local geográfico onde foram isolados pela primeira vez (por exemplo, vírus LaCrosse, vírus da floresta de Semliki, vírus da febre do Vale Rift, encefalite equina venezuelana, vírus da febre do oeste do Nilo etc.). Trata-se de doenças de animais selvagens e domesticados, sendo seres humanos infectados apenas acidentalmente. Os vetores incluem mosquitos, carrapatos e moscas. 

Foto de microscopia eletrônica do arbovírus








Referências: Schaechter, M. Microbiologia Mecanismos das Doenças Infecciosas. Terceira Edição, 1999.

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